quinta-feira, 10 de março de 2011

Sobre o ato de escrever - Graciliano Ramos

"Deve-se escrever da mesma maneira como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seu ofício. Elas começam com uma primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer. Colocam anil e sabão, torcem uma, duas vezes. Depois enxaguam, dão mais uma molhada, agora jogando a água com a mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota.

Somente depois de ter feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal para secar. Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa.
A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso. A palavra foi feita para dizer".


Graciliano Ramos em 1948 em entrevista a um jornal da época.


Conheci a pouco tempo essa citação de Graciliano. E hoje me me veio a cabeça de maneira tão atual!!

Utilizarei para manifestar determinada argumentação que estou construindo depois de uma notícia que recebi. Me preocupa essa ânsia por escrever, penso que, escrever qualquer coisa não é uma reflexão. Analiso e reflito muito. Quieta. Sofro por isso enquanto não assimilo determinado conhecimento. Questiono a mim mesma, inquieto, penso, reflito mais um pouco.
Nessa longa viagem de amadurecimento do meu conhecimento prefiro me recolher. Não me exponho sem ter conhecimento sobre o assunto. Podem considerar como dificuldade de se expressar mas como pude demostrar, não é necessariamente isso que ocorre. Apenas prefiro quietar-me até o momento certo. Falar sem contudo, não acrescentar nada relevante para ninguém não é muito a minha dinâmica de grupo. Cada pessoa deve analisar seus limites e esse é um dos meus. Pelo menos para mim, não é relevante. As palavras são fortes, a gente pode ir embora mas elas sendo boas ou ruins, ficarão. Por isso, tenho tanta cautelas com elas.

sexta-feira, 4 de março de 2011

LOPE - FILME

Lope
‎1h 46min‎‎ - 14 anos‎‎ - Festival‎‎ - Legendado‎
Madri século XVI. Ao deixar o exército o jovem Lope de Vega descobre o teatro e divide-se entre duas grandes paixões: a voluntariosa Elena e a doce Isabel. Apaixonado corajoso e arrebatado Lope viveu uma vida plena de aventuras: correu o risco de pagar com a vida por amor e tornou-se em um dos maiores nomes da poesia e do teatro de todos os tempos.

Assisti à pré-estréia desse filme. Perfeito!
Gostei dos ângulos de construção das cenas parece que cada imagem lembra uma fotografia, muito interessante!!
O ator Alberto Ammann (Lope) estava presente, diga-se de passagem, lindooooooooo!! rsrs