segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Querer-te não quer dizer ter-te aqui

As pessoas aparecem em nossas vidas como furação e, para muitos, é necessário ser docilmente aceitas. Mas não sou assim e não quero te aceitar com esses pormenores. Não quero tê-lo dessa forma meio sem importância que tenta me mostrar. Procurei bem no fundo dos teus olhos a verdade da sua alma. Não encontrei é certo mas não que isso me deixe menos atraída por você.
JN

Novos dias - Poeta Sergio Vaz

“Este ano vai ser pior… Pior para quem estiver no nosso caminho.” "Então que venham os dias. Um sorriso no rosto e os punhos cerrados que a luta não para. Um brilho nos olhos que é para rastrear os inimigos (mesmo com medo, enfrente-os!). É necessário o coração em chamas para manter os sonhos aquecidos. Acenda fogueiras. Não aceite nada de graça, nada. Até o beijo só é bom quando conquistado. Escreva poemas, mas se te insultarem, recite palavrões. Cuidado, o acaso é traiçoeiro e o tempo é cruel, tome as rédeas do teu próprio destino. Outra coisa, pior que a arrogância é a falsa humildade. As pessoas boazinhas também são perigosas, sugam energia e não dão nada em troca. Fique esperto, amar o próximo não é abandonar a si mesmo. Para alcançar utopias é preciso enfrentar a realidade. Quer saber quem são os outros? Pergunte quem é você. Se não ama a tua causa, não alimente o ódio. Por favor, gentileza gera gentileza. Obrigado! Os Erros são teus, assuma-os. Os Acertos Também, divida-os. Ser forte não é apanhar todo dia, nem bater de vez em quando, é perdoar e pedir perdão, sempre. Tenho más notícias: quando o bicho pegar, você vai estar sozinho. Não cultive multidões. Qual a tua verdade ? Qual a tua mentira? Teu travesseiro vai te dizer. Prepare-se! Se quiser realmente saber se está bonito ou bonita, pergunte aos teus inimigos, nesta hora eles serão honestos. Quando estiver fazendo planos, não esqueça de avisar aos teus pés, são eles que caminham. Se vai pular sete ondinhas, recomendo que mergulhe de cabeça. Muito amor, muito amor, mas raiva é fundamental. Quando não tiver palavras belas, improvise. Diga a verdade. As Manhãs de sol são lindas, mas é preciso trabalhar também nos dias de chuva. Abra os braços. Segure na mão de quem está na frente e puxe a mão de quem estiver atrás. Não confunda briga com luta. Briga tem hora para acabar, a luta é para uma vida inteira. O Ano novo tem cara de gente boa, mas não acredite nele. Acredite em você. Feliz todo dia!" Poetasergio Vaz, Novos Dias!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A MOÇA TECELÃ - MARINA COLASANTI

Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E logo sentava-se ao tear.

Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor da luz, que ela ia passando ente os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte.

Depois lãs mais vivas, quentes lãs iam tecendo hora a hora, em longo tapete que nunca acabava.

Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava na lançadeira grossos fios cinzentos do algodão mais felpudo. Em breve, na penumbra trazida pelas nuvens, escolhia um fio de prata, que em pontos longos rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva vinha cumprimentá-la à janela.

Mas se durante muitos dias o vento e o frio brigavam com as folhas e espantavam os pássaros, bastava a moça tecer com seus belos fios dourados, para que o sol voltasse a acalmar a natureza.

Assim, jogando a lançadeira de um lado para outro e batendo os grandes pentes do tear para frente e para trás, a moça passava os seus dias.

Nada lhe faltava. Na hora da fome tecia um lindo peixe, com cuidado de escamas. E eis que o peixe estava na mesa, pronto para ser comido. Se sede vinha, suave era a lã cor de leite que entremeava o tapete. E à noite, depois de lançar seu fio de escuridão, dormia tranquila.

Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.

Mas tecendo e tecendo, ela própria trouxe o tempo em que se sentiu sozinha, e pela primeira vez pensou em como seria bom ter um marido ao lado.

Não esperou o dia seguinte. Com capricho de quem tenta uma coisa nunca conhecida, começou a entremear no tapete as lãs e as cores que lhe dariam companhia. E aos poucos seu desejo foi aparecendo, chapéu emplumado, rosto barbado, corpo aprumado, sapato engraxado. Estava justamente acabando de entremear o último fio da ponto dos sapatos, quando bateram à porta.

Nem precisou abrir. O moço meteu a mão na maçaneta, tirou o chapéu de pluma, e foi entrando em sua vida.

Aquela noite, deitada no ombro dele, a moça pensou nos lindos filhos que teceria para aumentar ainda mais a sua felicidade.

E feliz foi, durante algum tempo. Mas se o homem tinha pensado em filhos, logo os esqueceu. Porque tinha descoberto o poder do tear, em nada mais pensou a não ser nas coisas todas que ele poderia lhe dar. —
Uma casa melhor é necessária — disse para a mulher. E parecia justo, agora que eram dois. Exigiu que escolhesse as mais belas lãs cor de tijolo, fios verdes para os batentes, e pressa para a casa acontecer. Mas pronta a casa, já não lhe pareceu suficiente. —
Para que ter casa, se podemos ter palácio? — perguntou. Sem querer resposta imediatamente ordenou que fosse de pedra com arremates em prata. Dias e dias, semanas e meses trabalhou a moça tecendo tetos e portas, e pátios e escadas, e salas e poços. A neve caía lá fora, e ela não tinha tempo para chamar o sol. A noite chegava, e ela não tinha tempo para arrematar o dia. Tecia e entristecia, enquanto sem parar batiam os pentes acompanhando o ritmo da lançadeira. Afinal o palácio ficou pronto. E entre tantos cômodos, o marido escolheu para ela e seu tear o mais alto quarto da mais alta torre. —
É para que ninguém saiba do tapete — ele disse. E antes de trancar a porta à chave, advertiu:— Faltam as estrebarias. E não se esqueça dos cavalos!

Sem descanso tecia a mulher os caprichos do marido, enchendo o palácio de luxos, os cofres de moedas, as salas de criados. Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.

E tecendo, ela própria trouxe o tempo em que sua tristeza lhe pareceu maior que o palácio com todos os seus tesouros. E pela primeira vez pensou em como seria bom estar sozinha de novo.

Só esperou anoitecer. Levantou-se enquanto o marido dormia sonhando com novas exigências. E descalça, para não fazer barulho, subiu a longa escada da torre, sentou-se ao tear.

Desta vez não precisou escolher linha nenhuma. Segurou a lançadeira ao contrário, e jogando-a veloz de um lado para o outro, começou a desfazer seu tecido. Desteceu os cavalos, as carruagens, as estrebarias, os jardins. Depois desteceu os criados e o palácio e todas as maravilhas que continha. E novamente se viu na sua casa pequena e sorriu para o jardim além da janela.

A noite acabava quando o marido estranhando a cama dura, acordou, e, espantado, olhou em volta. Não teve tempo de se levantar. Ela já desfazia o desenho escuro dos sapatos, e ele viu seus pés desaparecendo, sumindo as pernas. Rápido, o nada subiu-lhe pelo corpo, tomou o peito aprumado, o emplumado chapéu.

Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara. E foi passando-a devagar entre os fios, delicado traço de luz, que a manhã repetiu na linha do horizonte.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

A seriedade e suas consequências


A seriedade é uma virtude que poucos possuem.  Não questionarei se isso é bom ou ruim pois cada um tem a defesa que lhe seja conveniente para viver nesse mundo. Mas talvez tenha delimitado espaços restritos de convivência...a seriedade não delega ou isenta ninguém de brincadeiras ou espaços livres de diversão.
                Não estou aqui para ter aceitação de ninguém ou mudar porque determinada atitude incomodaria alguém. Não estou no mundo para agradar gregos e troianos, até porque todos que tentaram fazer isso acabaram desagradando a pessoa que realmente importava: vc mesma. Por isso eu não me anulo em dizer que a arte da convivência é uma escolha e se assim queira, parta em paz. Não delegarei mais meia ou frases inteiras à você. Não me cabe exigir seriedade de ninguém posto isso, já cansei dessa brincadeira idiota de gato e rato.
                Se está se divertindo, destaco que eu não. Por isso, se uma das partes não considera como brincadeira, afirmo que a mesma não é entendida como uma. Assim, desqualifico qualquer citação ou lembrança que me inclua. Afirmo ainda que, se não sabe conviver com as pessoas só me resta ligar o FODA-SE. Sinceramente, não debaterei com você pois o seu processo evolutivo pertence a você e somente a você. Não estou nesse mundo para agregar isso a ninguém que não queira. Cada um tem o seu tempo e o seu algum dia chegará...solidão é um sentimento ruim e verdadeiramente você é um solitário.
                Não queira me convidar para participar desse mundo de faz de conta com personagens de desenho animado. Prefiro a concretude dos laços ao isolamento que escolhe para você mesmo. Sabia que tinha algo diferente nos seus sentimentos por mim mas nunca disse que corresponderia a eles. Me desqualificar como se isso me afetasse só me fez ficar ainda mais forte e certa daquilo que almejo para minha vida. Certa que você não está nela nem no passado, nem no presente e muito menos no futuro.
                Sinceramente está confundido tudo achando que estou interessada nas suas babaquices. Apenas estou irritada com o fato de ser tão infantil nas suas atitudes. Crescer é difícil, exigi responsabilidade sobre as nossas atitudes e para você, parece mais fácil, apenas, dizer que elas não existem.
Com certa irritação,
Juliana Nascimento.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A história que já escrevi

Você, quase invisível para muitos, foi para mim a pessoa que me completou por muito tempo. Você que quase nunca escrevia para mim, deixava transparecer pelos seus gestos sua fraqueza, sua necessidade de fuga da responsabilidade, sua boca seca me dizia o que estava tensionado em várias ocasiões, o olhar para o relógio em momentos que a conversa estava séria demais, o silêncio e a convivência com seus amigos. Perceber como eu era bonita e que poderia me perder fazia com que você sofresse e eu também.
Eu não queria vê que você sofria, não por se entregar a mim, apenas sofria com coisas que não me cabia explicar. Não me traia mas traia a si mesmo quando não conversava sobre suas fraquezas e anseios. Tocar você me parecia algo que deveria ser saboreado sem pressa e sem pudor. Por isso era necessário o tempo, tempo permanente para dissolver cada momento que estávamos vivendo. Preferi me isolar diversas vezes para que eu estivesse sempre atenta e perceptível a cada movimento seu de satisfação. Para que? Apenas para te dá prazer.
O vestido preto foi tirado do armário depois de um tempo, pois esse me remetia a um momento muito bom de uma tarde e uma noite especial que mudaria nosso percurso mais uma vez. O que fizemos com a gente? Será que tudo isso foi somente um passatempo e agora? Será que teremos que dizer adeus para que seja traçada uma nova maneira de ver à vida?
Penso que sim! Eu criei e recriei você na minha cabeça para que assim fosse possível te ter verdadeiramente. Nunca te tive e perceber isso foi o limite que eu detive sobre a minha capacidade e o meu discernimento sobre tudo que conquistei ou perdi durante esse percurso terrestre.
Quem me apresentou tudo que hoje sei sobre os meus sentimentos e emoções foi você. Com você descobri o amor, os meus limites ou a falta deles, os meus medos, o meu ciúmes, as minhas noites perdidas em lágrimas, o seu cheiro que impregnava a minha roupa, a minha excitação quando te via e te tocava e finalmente, a te perder. Sem dúvidas, esse foi o sentimento mais doloroso que eu já diagnostiquei em mim. Te perdi e não sei como...apenas te perdi!
Amo-te como se você ainda estivesse aqui do lado apenas em silêncio mas mesmo assim, ainda aqui ao meu lado. Ontem, talvez, eu pensasse que hoje você estaria aqui. Lembraria do amparar da chuva com o seu casaco, os beijos debaixo dele, o recuperar de um objeto que eu perderia se não fosse por você, o seu sorriso franco, o seu cheiro, o vestido que você gostou, a foto que nunca tiramos, o presente que nunca foi dado, o cartão que permanece em branco e o coração que foi oferecido mas também muito maltratado. Coisas que me fazem ser quem sou hoje...
Você me deu o auto-conhecimento que precisava sobre mim mesma. Agradeço por cada dia que estivemos juntos, talvez, tudo tenha sido importante para que hoje eu entenda melhor o que se passou. Mas uma nova história deve ser desenhada ou esboçada e nela não cabe mais um eu e você. Ficamos grandes demais para as embalagens que tentam nos guardar juntos.
Seja feliz!
Abraços,
Juliana Nascimento

Feliz ano novo especial

Eu preciso dizer EU TE AMO!
Sem engano
Sem clichêsismo
Aberta e escancaradamente
Independente do que hão de dizer
Pois quem sente a dor da tua ausência, sou eu
Quem sente o frio na falta da tua pele, sou eu
Quem já não sou só mais eu.. sou eu!
E se isso não é amor...gramaticalmente é o que eu posso falar!


Texto antigo!achei na minha caixa de e-mail...data de 30 de dezembro de 2006. 


Abraços,
JN

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Dia dos professores! :)

Hoje é dia do(a) professor(a!)!! Parabéns aos revolucionários que tentam fazer dessa profissão, não somente um ato de amor, mas também de compromisso com a formação de futuros cidadãos...Aos meus grandes incentivadores: meus alunos. Que às vezes estão distantes fisicamente mas os mantenho sempre latentes nos meus pensamentos. Esses que me fazem me emocionar, chorar de raiva, rir e ter tanta insônia...PARABÉNS!! Aos meus queridos professores e eternos mestres, aos meus amig@s que permanecem firmes nessa profissão. PARABÉNS PARA TOD@S!!
Abraços,
Juliana Nascimento
 

sábado, 8 de outubro de 2011

Se você tem dúvidas e muitas perguntas...não me busque querendo as respostas!!! Eu não estou no mundo para respondê-las...#fato
JN
 

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Uns e outros - Nestor Correa Lima



Trabalhar em grupo é uma operação tão prestigiada - na escola, no trabalho, no clube - que ninguém a discute. O que é um perigo: as verdades dadas como indiscutíveis costumam paralisar as iniciativas.
Num trabalho em equipe, valoriza-se tanto o sentido do coletivo que a importância do indivíduo pode acabar subestimada. Tal depreciação interfere na produção do grupo - o que nos leva à óbvia conclusão de que o sucesso de um trabalho em equipe supõe a satisfação individual. Reconhecer o rosto de cada membro num time de verdade não é ceder a algum nefasto individualismo: é saber reconhecer e identificar o valor de cada sujeito.
É comum ouvir-se a respeito de um jogo de vôlei, no qual o Brasil se destaca: “A seleção brasileira não está jogando bem porque está jogando sem alegria”. Há aqui uma grande verdade: faltando a cada um dos jogadores essa força subjetiva, da vontade alegre e determinada, o grupo todo se ressente e joga mal. Não se trata de falta de técnica ou de tática, que costumam sobrar em nossa seleção de vôlei: trata-se do súbito arrefecimento daquela chama interior que, em qualquer atividade em grupo, da qual resultará um reforço ainda maior para o desempenho individual.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Amor é pra quem ama - Lenine

Qualquer amor já é
Um pouquinho de saúde
Um montão de claridade
Contribuição
Pra cura dos problemas da cidade
Qualquer amor que vem
Desse vagabundo e bobo
Coração atrapalhado
Procurando o endereço
De outro coração fechado
Amor é pra quem ama
Amor matéria-prima
A chama
O sumo
A soma
O tema
Amor é pra quem vive
Amor que não prescreve
Eterno
Terno
Pleno
Insano
Luz do sol da noite escura
“Qualquer amor já é
Um pouquinho de saúde
Um descanso na loucura”

Hoje falarei por essa linda música do Lenine e essa imagem dos barcos organizados na Baia de Guanabara. Amor é pra quem ama procure o seu caminho e seja feliz!