O parlamento não é o lugar para contar
seus dramas pessoais...
#PDT é uma fábrica de
lamentações... Affff
Cara! Vou me candidatar e no meu primeiro discurso contarei meu
"drama" assim, quem sabe, vou criar intimidade com os meus
eleitores... faço voz de mulher indefesa e frágil... perfil bonequinha e
professorinha... Prometo!! #SQN huahua
Sou mto mais a #Joice
A Educação Pública do Brasil tem muito dinheiro. O que falta é ser bem gasto.
Alguém quer saber da minha história?? Vou fazer um rascunho aqui
do meu discurso...hahaha
Sou a casula de duas filhas de um casal normal e simples, minha mãe Maria José
e meu pai José, de profissões sem grandes status porém, de mta dignidade. Meu
pai era porteiro e minha mãe, doméstica/do lar. Meu pai com nível de instrução
básico e minha mãe tb. Batalharam mto por uma bolsa na, hoje entendemos como
Educação Infantil. Sim!!! Com 4 anos já estávamos na escola INTEGRAL, nessa
íamos até o 5° ano do hoje entendemos como Ensino Fundamental I (5º ano). Ao
final, fazíamos prova para outra escola para ter a continuidade da bolsa...
Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano) concluído. Nesta época, bolsista não podia
repetir, assim, estudávamos todos os dias em tempo integral na escola e em casa
mais e mais... Meus pais entendiam o VALOR cultural da Educação, mesmo não
usufruindo tanto dela. O silêncio para o estudo sempre foi respeitado lá em
casa. Até porque era uma casa com um cômodo, banheiro e cozinha. Nessa época, o
porteiro morava no local de trabalho. À noite, horário para estudar, tudo era
desligado e o silêncio reinava na casa. Livros eram comprados com o dinheiro do
13°salário. Não tínhamos luxo... nunca tivemos. Acredito que, isto me ajude muito
até hoje, a não me vislumbrar com o supérfluo. Enfim, nossa bolsa na escola PARTICULAR
era tudo por intermédio da Santa Casa de Misericórdia. Meus pais pagavam um
preço simbólico de mensalidade em um Colégio Católico que, tinha como
mantenedora a Santa Casa de Misericórdia e era apenas para meninas, chamado
Educandário da Misericórdia.
No Fundamental II era uma parceria Santa Casa e um Colégio
Particular de nome. Sim, estudamos no Anglo Americano de Botafogo ao custo
quase zero. Aos olhos dos de fora, ninguém entendia como as filhas do porteiro
estudavam lá... Era um uniforme escandaloso demais para passar despercebido na
rua. Afff
Ainda penso que era a melhor política pública esse convênio Santa Casa X
Estado.
Mas, veio a Redemocratização e a década de 90 foi cruel... inventaram as tais
"Políticas Públicas" que, foram taxativas em atacar as Santas Casas.
Tudo que era bom e para o pobre foi destruído ferozmente e em uma velocidade
nunca vista. (Hoje tenho consciência disto). Educação e acesso ao conhecimento
para o pobre, nunca foi interesse do Estado. Permitir ideias diferentes e
pulverizadas em diferentes lugares, não era mais aceitável. Começamos a
CENTRALIZAR e CONCENTRAR tudo em um modelo de gestão: a gestão pública. Sabemos
nestes 30 anos onde paramos...
Joice exemplifica muito bem com a metáfora de uma mangueira com muitos buracos.
Ninguém tem, hoje, efetivamente o controle sobre os gastos da Educação Pública.
Onde estamos investindo o dinheiro da "Educação Pública"?. Esse
dinheiro pode estar indo para um ‘Congresso’ de Educação que, de fato, nada tem
de Educação regular. Vai falar de algum absurdo sem nenhuma comprovação de que
realmente está certo e ao final inclusive, entrará uma Escola de Samba e
passistas seminuas para abrilhantar ainda mais o “evento”... Isto tudo sendo
declarado como gasto na Educação Pública. Uma tese de doutorado bizarra com 4
anos de bolsa CNPq para o pseudo pesquisador também é contabilizada como gasto
em Educação pública. Isso é só pequenos exemplos...
Enquanto isto, as escolas de ensino básico agonizam sem
estrutura nenhuma. De fato, temos muito dinheiro tanto que, sustenta muita
coisa bizarra tudo pelo manto de prioridade na “educação Pública”!
Enquanto isto, a escola pública propriamente dita, agoniza!
A gente gasta muito mal o dinheiro da Educação e se pegar só o exemplo de
Educação da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, os
"especialistas" públicos saberiam que, temos condições de ofertar uma
excelente formação com pouco dinheiro. Conseguimos dar dignidade, boa formação,
bons profissionais, excelente estrutura, educação integral, boa alimentação com
pouco e com a parceria público/ privado.
As cifras $$$$ da Educação Pública são enormes porém, nunca sendo suficiente
para a ganância humana. O que destrói a Educação Pública é a corrupção daqueles
que, poderiam mudar a história.
Sugiro, aos “representantes” a irem aprender com a Santa Casa da
Misericórdia do Rio de Janeiro como se administra escolas. Afinal, o setor
público não consegue ofertar o básico em meio período na escola pública.
Vende-se umas “necessidades” sem sentido nenhum e o que deveria de fato, ser
importante é cada vez mais sufocado.
Mas voltando...
1996 - Ensino Médio, a bolsa já não tinha continuidade... fomos para o
Estadual. Entramos, definitivamente, no Sistema de Educação Pública
propriamente dito. Lá já faltava tudo ... Papel, xerox, carteira, laboratório,
salas... Fazíamos contribuições para ter as cópias de provas... Os livros ainda
eram comprados pelos alunos... Os professores escolhiam aqueles compactos de 3
anos (1°, 2° e 3° anos). Tínhamos uns professores legais lá... Bem exigentes!
Escrevíamos muito... O nível já não era o que eu tive até então... Achava muito
fácil, tanto que, no 1° ano decidi faltar mais do que ir, até que uma
professora conversou comigo... Se continuasse assim, perderia o ano por falta.
Logo eu, que não tinha o hábito de faltar na escola, aprendi porquê o Sistema
público cansa tanto os "novatos".
Se vc vem de outro "grupo", vc olha a escola pública como uma peça de
teatro bem surreal.... É gente chutando a porta, é gente querendo brigar com o
professor e se achando certo, é gente gritando o tempo todo, é gente indo para fazer
qualquer outra coisa, menos estudar! É muito tempo vago... Até o grupo se
entender como turma, foi bem difícil para mim. Não me "encaixava"
nessa doideira...
Até hoje a escola pública é assim... Digno de narrativa de filmes sobre
escola!rsrsrs
É o famoso "pede pra sair". Mas, no meio de alguns
malandros também tinha muita gente boa e legal e que, principalmente, queria
estudar. Mas, fato era... já tínhamos carência de professores nas disciplinas
importantes como: Física, Química e Matemática.
1999 - terminei o Ensino Médio
Minha irmã foi para #UFRJ fazer
Letras... Ela sabia logo o que queria fazer... Não lembro se passou no primeiro
ou segundo ano de Vestibular.
Enquanto isto...
Eu tomei umas porradas nos Vestibulares...
Fiz 5 anos de vestibular! Graduada em Vestibular!! rs!
Era porrada e mais porrada, principalmente, por causa da Física e Química que
eu não tive no Ensino Médio. Não existia ENEM, nem cota. Não tinha ninguém que
me orientasse... Aprendi na prática. Na tentativa de erro/acerto. Assim, fui
entendendo que, eu tinha que estudar mais e mais no ano seguinte para novamente,
tentar o Vestibular...
A Universidade Pública era a ÚNICA opção. No quinto ano de
vestibular, pude escolher para onde ir... Aprendi a jogar o jogo dos diferentes
vestibulares das Universidades Públicas.
Escolhi #UFRJ e #UERJ
Comecei jogando de maneira totalmente errada... prestei por 3 anos consecutivos
para o mesmo curso: Nutrição. Não sabia nada sobre o que de fato estudaria... o
mercado de trabalho... Tomei porrada em Física (principalmente!) Hahaha Depois
fui para Letras, jurava que Espanhol era a minha praia... Saber sobre a língua
é uma coisa muito diferente de lecionar... hoje entendo! hehehe
Nesse meio tempo...
Em 2001 fiz prova para um Técnico pós médio em uma Escola Federal EPSJV/FIOCRUZ
e me encantei com os Pedagogos, a estrutura da Escola, com a pesquisa...
Busquei informações... E fiz vestibular mais consciente que era Pedagogia que
eu queria fazer...
Nesse momento, ouvi muita piada afinal, já ocupava espaços nas áreas
de Exatas e da Saúde que, detestavam os Pedagogos. (Depois entendi o por
quê...hehehe)
Assim, passei em TODAS (UERJ, UFRJ, UNIRIO, UFF e RURAL).
Escolhi #UERJ e #UFRJ
2005...último ano do técnico e Inicio da Graduação em Pedagogia
Nesse momento, fui convidada para elaborar e iniciar um círculo de oficinas na
Escola Federal. Uma querida professora, a mesma que, também me fez o convite para
elaborar o evento, me disse ao final: vc está pronta para a #Pedagogia.
Nesse dia eu não entendi mto bem o que falou, até porquê, eu ainda não tinha
nem iniciado o 1° Período. Mas, essa fala ecoou ao longo da minha formação e ao
final fez todo o sentido.
2005.2 - ganhei o direito de residir em um quarto no alojamento da UFRJ, tudo
depois de uma análise BEM criteriosa de renda familiar (pobre mesmo) e
distância (nesta época já estava residindo na Zona Oeste). No meu caso, a
distância era ainda maior pq o meu curso era lá na Praia Vermelha (Botafogo). O
quarto era renovável mediante avaliação anual. Coeficiente de Rendimento - CR
acima de 7 era o mínimo. Hehehe
Em Maio de 2006 ingressei como bolsista PIBIC/ENSP/FIOCRUZ e
achava um máximo o mundo da pesquisa...rsrs TB CR acima de 7 para continuar...
achava legal a estrutura de ter uma mesa e um computador com internet SÓ para
mim. Minha orientadora Virginia organizou o espaço da sua sala para que, eu tb
tivesse o meu espaço. Achei e continuo achando esse gesto de uma generosidade
enorme. Assim, efetivamente galguei ao status de pesquisadora e nunca mais
sai...rsrs
2006 - fiz a minha primeira viagem sozinha pela pesquisa.
Fui “jogada” no Brasil com uma bolsa PIBIC kkkkkkkk
Pouco dinheiro mas, foi um tempo muito bom...aprendi o jogo desses encontros
acadêmicos.
2007 - Segunda viagem pela pesquisa.
2008 – greves na UERJ cansando absurdamente e decidi que era a
hora de terminar.
2009 – Em abril me formei na #UERJ, concluí o PIBIC e ingressei como
Supervisora do Estado do RJ no PROJOVEM URBANO. Continuava estudando na #UFRJ
Meu querido co-orientador Carlos nesse meio tempo, me deu o seu
PC que estava sendo trocado, me salvando mto na época de facul... Também me deu
livros do #Bourdieu ...
rs!
Virgínia, minha orientadora, também me deu vários livros além oportunidade de
ser PIBIC... até recentemente continuava a me dar livros... 😀👏👏
Conheci muita gente que, me amparou quando mais precisava para
concluir a Universidade. Me protegeram também para que, eu não me perdesse...
Assim, tive amigos de todas as profissões, status, lugares e diferentes
conhecimentos... Aprendia com todos e sobre tudo.
Teve gente que imprimiu apostilas e mais apostilas, livros e ainda encadernava
tudo pra mim... rsrs outra pessoa me
garantia algumas coisas de papelaria que eu precisava... outros me permitiam
usar internet dos lugares... Computador... Equipamentos que nunca imaginei
usar, eu tive acesso. Sei que Deus abriu muitas portas para mim... que eu nem
sei como explicar... Tinha uma confiança absurda que tudo daria certo, sempre!!
Enfim, hoje tenho certeza que era Deus agindo e conduzindo tudo.
Fato é, nunca fiquei lamentando as dificuldades da vida... Não tinha tempo a
perder...
A meta era estudar muito, absorver tudo que eu podia, estudar, estudar e
estudar.... vivia em Bibliotecas e sendo avaliada o tempo todo. O objetivo era
ao final de tudo isto trabalhar, conquistar as minhas coisas, os meus sonhos...
e, graças a Deus, não foi diferente!
Por isto, tenho enorme dificuldades em compreender e/ou me
"sensibilizar" com essas narrativas sofridas que, tentam convencer o
outro a partir da emoção e de um suposto "coletivo" Estatal.
Eu poderia ter ficado em casa reclamando de tudo e de todos achando que, um dia,
algum governo “benevolente” traria alguma "facilidade" mas, decidi
caminhar por minhas próprias pernas e, com certeza fui sendo amparada por muita
gente do bem que Deus colocou na minha vida.
Agradeço por tudo que tive e tenho, sempre!
Não foi o Estado que me deu nada. Foi a Sociedade. O Estado, pelo contrário, burocratizou
tudo e dificultou cada vez mais que, as pessoas conseguissem alternativas que
não fossem através dele. Cruel. Muito cruel esse tipo de pensamento.
Dificultaram, inclusive que, as pessoas conseguissem transitar entre os
espaços. O Estado foi cada vez mais eficaz em crescer e se tornar o maior
fornecedor de serviços. Ledo engano de quem pensa que, mais Estado é igual a
mais oportunidades. A história da Educação diz muito sobre isto. Não seja tolo
de brigar por mais Estado. Quanto mais Estado, menos você consegue gerir e ter
a liberdade sobre a sua vida. Não deixe para aqueles que só possuem a ganância,
te dizer onde você pode chegar. Esse é o buraco cada vez mais fundo que estamos
cavando.
Nem sempre quem está dentro do Estado quer o melhor para o povo. Vide o
"discurso" da professorinha do PDT que, venceu e já tem em sua
primeira exposição a defesa por mais e mais dinheiro para Educação pública sem,
contudo, refletir sobre o que fizemos até agora com o que direcionamos no orçamento
para a Educação Pública.
Não caia no vazio de acreditar em narrativas banais. Esse “perfil” de “representante”
já caducou. Brigue pelo SEU DIREITO de escolher o que você quer ser e como e
onde quer investir o SEU dinheiro. Nenhum Estado deve ter esse cheque em branco
em mãos.
Tenho grande gratidão por TODOS que me ajudaram a chegar onde
cheguei, tenho certeza que, não conquistei nada sozinha e, principalmente,
tenho a nítida clareza que devo fazer o mesmo por todos que, de alguma forma
passam pela minha vida.
A diferença: eu aproveitei TODAS as OPORTUNIDADES que a VIDA me deu. Nunca
esperei um Estado benevolente que, me dissesse qual o meu limite e principalmente,
qual o meu lugar. Eu decido sobre isto.
Cheguei, chego e chegarei onde EU quiser. Nisto tudo a única certeza que tenho
é que é, sempre, Deus me conduzindo!
https://www.youtube.com/watch?v=IOL9zZIa72Y