Foi o tempo, meu amigo,
Que me fez assim tão bela...
Deu-me um olhar mais doce
Que o amargo não revela
Lambuzou minhas palavras
Com mel da sabedoria
Nem de mim eu sou escrava
E “ter” não tem mais valia.
Deu-me um sorriso fácil
Que eu distribuo à toa
Se o velho corpo está frágil
A alma criança voa!!!
Escreveu em minha pele
As histórias que eu vivi
Entre glórias e derrotas.
Eis-me aqui – sobrevivi
E livre de toda a ciência
Que o mundo explica e ativa
Deu-me o tempo, por clemência,
O entendimento da vida
A porta do quarto indica de quem será a poesia que estará impressa na parede do quarto. Idéia maravilhosa que vi em uma pousada em Volta Redonda
Alforria
ResponderExcluir(Emília Casas)
"Homens de mim foram donos:
Pai, marido, filho, amante
Já despertei do mau sono:
De mim sou dona o bastante
Hoje caminho sem pressa
Com sorriso descansado
O olhar só de preguiça
Demorado como missa,
Mas cheinho de pecado
E assim, cheia de graça,
Sem ser a Virgem Maria
Mostro ao homem que passa
Minha carta de alforria
Não crê e diz que me quer
(Aí começa seu drama)
De forno e fogão mulher
Mas já sou de mesa e cama
Caiam todos botões
Fiquem calças sem bainha
Guarde todos seus perdões
Pra outra falsa rainha
Sou mulher...isso me basta
Sem rei, sem cetro e nome
Nunca mais santa e casta
Com sede de amor e fome
Só quem escuta a lua
Meu gozo gemido escuta
E assim, só pêlo, nua
Minhas carícias esbanjo
Me entregando toda puta
Pra quem me enxerga só anjo!"
obrigada pela contribuição!
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