terça-feira, 26 de abril de 2011

Retratos de uma segunda no Rio

Ontem dia 25/04 às 21:15h saí da URCA, bairro do município do Rio de Janeiro, com destino a minha casa . Trajeto que duraria no máximo 1:20h mas, que durou exatas 8h. Pois é, daria para estar em vários locais do mundo com essa mesma quantidade de horas mas, eu apenas queria chegar em casa. Esta que se localiza no mesmo município.
Quando saí da Urca não fazia ideia da quantidade de chuva que já havia caído. Chegando no centro, comecei a perceber que as coisas por lá não estavam tão normais. As ruas transversais à Primeiro de Março estavam totalmente alagadas. O começo da Presidente Vargas não conseguia ainda ter a dimensão do que estava mais a frente. Chegando na altura dos Correios definitivamente paramos, paramos de tal forma que, ficamos assim por exatas 7 horas. Desumano!!! o que víamos era somente água suja com coliformes fecais (a famosa merda) e lixo boiando. As pessoas ainda tentavam atravessar essa água totalmente insalubre...
Embora estivéssemos tão próximos da sede da prefeitura do Município Rio de Janeiro era lastimável o cenário que estava sendo apresentado em frente a ela.
E nessa hora ouvimos no rádio o prefeito Eduardo Paes dizendo que choveu no Rio em 4h o equivalente há 30 dias...realmente tudo é culpa da mãe natureza. E para completar por que não dizer que já tem projeto para aquela região que insiste em alagar mas, falta o financiamento do governo federal para iniciar as obras.
E nisso estávamos ainda tentando chegar na Leopoldina...isso já passava das 4h da manhã...
Passando pela CEDAE um rio mas, conseguimos passar... Leopoldina virou rio, raso mas um rio...tudo parado!! Somente os ônibus se arriscavam a passar e assim lá fomos nós...
E finalmente chegamos na Avenida Brasil com muitas poças d'águas mas, sem retenções. Ao contrário do cenário que começava a se formar na pista de descida, uma verdadeira piscina funda na altura do bairro de Ramos e começamos a vê o cenário que estávamos vivenciando há poucos minutos atrás.
Passei mais tempo com pessoas que nem conhecia do que com a minha família...estranho isso!!
E quando finalmente cheguei no meu bairro, vejo o ponto final de um ônibus totalmente lotado com as suas rotineiras filas da madrugada...As pessoas não sabiam nem o que estava acontecendo, me senti na obrigação de avisá-las para não passar pelo que passei e tendo o agravante de  ficarem em um ônibus que não proporcionaria a elas o mínimo de conforto.
Eu ainda não dormi! adrenalina ainda está alta.
Ficar parada sem poder descer do ônibus, com medo de assalto, vontade de ir ao banheiro, cansaço...muita coisa junto!
Pior é perceber que será apenas mais um retrato de uma segunda-feira no Rio de Janeiro....

Abraços,

Um comentário:

  1. Impressionante como em momentos de crise, o carioca consegue transformar o indivíduo jamais visto como um parente próximo. Mudando de cidade você percebe que em alguns cantos observamos a frieza entre as culturas de um mesmo país. Cariocas são imunes, pode ser a guerra entre as facções e o Estado, pode ser a roubalheira, a pior enchente dos últimos anos, o desabamento de um prédio ou uma comunidade inteira como no Morro do Bumba em Nikity City, após uma Bomba Atômica, em uma Ecatombe Mundial, maremoto e Tsunamis, só sobrarão as baratas e os Cariocas para comentar.

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