segunda-feira, 4 de julho de 2011

Contando uma nova história

Para alguns leitores devo parecer como uma escritora sofrida ou melancólica  posto que relendo meus post, eles descrevem um certo sofrimento. Desculpe! não é essa impressão que gostaria que tivessem de mim. Mas tenho que admitir que minha produção é maior quando estou com raiva. E para a minha motivação são sempre os textos que recebo os melhores elogios dos leitores. Engraçado perceber como a escrita vai entrando em nossas vidas de maneira tão intensa e quando percebemos estamos dialogando e ao mesmo tempo, organizando nossos pensamentos.
Hoje dedicarei a escrever sobre pessoas que fazem o meu dia-a-dia mais alegre. Estou falando das pessoas que trabalham comigo nos mais diferentes locais desse imenso Estado do Rio de Janeiro. Esses, assim como eu, vivem nessa loucura de fazer a educação pública de qualidade acontecer em cada sala de aula.
Falarei de pessoas que me fazem tão bem... Semana passada comentei. Estive em um lugar que a estrutura do município é construída para que a realidade seja entendida como sofredora. O transporte urbano, as ruas com tantos buracos mesmo no centro desse município, a poeira enfim a falta de estrutura urbana desse município que a cada temporada que estou lá, me parece mais expressiva. Pois bem, não necessariamente essa descrição seria suficiente para descrever a população que lá reside. A comunidade é muito mais solícita e cuidadosa com as pessoas sejam essas, visitantes ou moradores. Nesse município o diferencial são as pessoas!
A rotina de trabalho não as deixam desanimadas ou mal-humoradas. Teríamos tudo para apostar que diante de tanto sofrimento, de tanta incompreensão e de tanta falta de investimento dos governantes os profissionais seriam desanimados ou pouco preocupados com a sua prática. Mas o que os motiva? Encontrei a resposta em mim mesma...para todos de alguma forma esse processo faça algum sentido.
Como escrito por Eduardo Galeano "A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar".
Às vezes percebo que na baixada ou no interior as pessoas são mais solícitas e cuidadosas com os seres humanos. Talvez seja por não estar diariamente nesses lugares que essa percepção é emanada em mim. Seja como for, é melhor assim. Essas pessoas sabem o que realmente importa nessa vida. Talvez meu sorriso seja mais LIVRE nesses lugares pois eles me lembram como tudo é tão lindo e por que não, como eu também sou. Nossa vida cotidiana nos consome de tal forma que deixamos de nos elogiar, cortejar ou simplesmente olhar verdadeiramente a pessoa que está ao nosso lado. Estranho como nos percebemos em uma dinâmica tão louca que o ato de acordar e dormir ficam restrito por atitudes totalmente mecânicas e repetitivas.
A vida pode ser muito mais que pessoas chatas a sua volta. Se o baixo-astral invadir o seu ser, que ele não te contamine por completo. Retire esse sentimento o mais rápido possível de você.  Na falta de motivações internas,
vá vê as pessoas na rua,
vá vê o dia que está diariamente te dizendo e te mostrando que está ali, mas você estava sempre muito ocupada para percebê-lo.
VIVA!!!
Aproveitando junto com essa minha reflexão semanal tive a oportunidade de assistir essa entrevista que, como penso, a maneira como contamos uma história pode criar esteriótipos.
"O poder é a capacidade de não só contar a história de uma outra pessoa mas de fazê-la a história definitiva dessa pessoa"

Abraços,

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