sábado, 2 de julho de 2011

O dia que eu espero a certeza que nunca virá....

Hoje tem exatos 30 dias que uma nova realidade me foi posta. Fui questionada sobre a minha competência como Pedagoga para lecionar para alun@s do curso Normal (ensino médio).
A academia que por muitos anos acreditei ter me preparado para o mercado de trabalho público, não correspondeu a realidade. Talvez eu tenha subestimado a minha graduação. O curso de Pedagogia me parece, hoje, uma incógnita. Eu que acredito na educação pública de qualidade, estou sendo impedida de ocupar esse ambiente que tanto almejei alcançar.
            Para mim, essa realidade me apresentou uma dinâmica que está sendo construída para desqualificar a formação do pedagogo. Para aqueles que me perguntavam durante a graduação o que o pedagogo faz, e prontamente, respondia. Hoje não tenho tanta certeza da resposta a ser dada. Já que nem eu sei mais em que espaços eu posso atuar. Chegar depois de dois anos de conclusão do curso em uma universidade pública e me perguntar para que serve, tem me deixado um vazio. Esse que será ocupado por nada além da aflição de ser desafiada a prosseguir.
O espaço deixado por essa burocracia arcaica também me remeteu a uma reflexão realizada ainda na universidade. De fato, se estamos em uma sociedade letrada onde o único modo de comprovação de sua capacidade é através do que está escrito em um papel me questiono porque a Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ, não escreveu no meu diploma aquilo que a burocracia enxerga como válido. Pois é, a universidade me capacitou para passar em um concurso público do Estado do Rio de Janeiro mas não para legitimá-lo dentro de uma sala de aula. E por quê? Também estou me fazendo essa pergunta há um mês e ainda não encontrei a resposta. Talvez seja a inércia política que envolve qualquer unidade de ensino que engessa as decisões que realmente são importantes.
Cada um por si esse é o lema, como Bauman relata muito bem, da pós-modernidade. E a educação, embora tente se enraizar em um passado tão distante dessa nova sociedade, também se percebe como autora de situações que contradizem com seu ideal de educação pública e de qualidade para todos.
Não estou questionando o meu profissionalismo e/ou minha carreira escolhida para o mercado de trabalho, apenas refletindo sobre a dinâmica social do momento, que me faz observar com muito mais cautela sobre tudo e todos.
Talvez a impressão de dias melhores e meu otimismo característico tenham tirado férias sobre isso. Quando eu reencontrá-los, volto a escrever sobre coisas mais amenas.
Abraços,

Um comentário:

  1. ♪Eu acho que... Tenho certeza daquilo que me conforma Daquilo que quero entender E não acomodar com o que incomoda...♪ #TM

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