terça-feira, 28 de janeiro de 2020

ENEM como instrumento de perpetuação da desigualdade de ensino

Estou só observando a galera falando do ENEM, das reclamações com os erros e a perda da vaga no SISU por conta da pontuação "errada", da nota que não sai...blablabla Mas, ninguém questiona esse cruel funil do acesso através de uma única avaliação para TODO O BRASIL. Quem não sabe/não lembra ou finge esquecer, eu faço esse esforço de relembrar...
Existiu uma época boa e não tão distante, precisamente até meados de 2004 forçando, 2005. Cada Universidade detinha uma Comissão Própria de Vestibular. Ao candidato era permitido fazer todas as Universidades que quisesse (mediante isenção da prova ou pagamento da mesma) fazíamos UFF, UNIRIO, Rural (nunca fiz rs!), UFRJ... fato era: em alguma a gente passava... e ainda tinha isenção da taxa em cada Universidade... o fato de ter pedido isenção em uma não te excluía de pedir isenção nas outras ( eu usei bastante dessa oportunidade). Passando no vestibular, vc até poderia, se quisesse, fazer duas faculdades federais simultaneamente. Mas, vieram os defensores dos pobres estudantes e tudo mudou... lasca!! Agora está todo mundo aí, desesperado por milésimos na correção por uma vaga em algum lugar nos confins do Brasil... me diga, se isto faz sentido? kd a autonomia Universitária agindo sobre isto? Na época, para convencer os Colegiados das Universidades Federais tinha um tal de REUNI - sendo vendido pelo então Ministro da Educação Haddad, dizia ser bom em nome de "melhorias" nas Universidades Federais que, de fato, já sabíamos que NUNCA chegariam. Ao mesmo tempo que, injetava dinheiro público através do PROUNI nas Faculdade Privadas. Então, se deduz que, diante de tamanho descompasso seria interessante que, o atual Ministro da Educação encabeçasse o fim do ENEM. Nada justifica a permanência desse ÚNICO modelo de avaliação para acesso as Universidades Públicas Federais. Mais uma vez, o Estado joga as migalhas! Quem tiver "sorte" que, continue a sua caminha acadêmica. O ENEM de fato, legitima a desigualdade de acesso a Educação Pública de qualidade.
JF

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