sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O romantismo ainda está em alta.

A cena se passou em uma praça interna de um espaço acadêmico onde circulam adolescentes e adultos. Um lugar de convivência comum de públicos acadêmicos diversos mas que teve sua rotina de transeuntes modificada. Estava lá sentado, um adolescente que notava-se logo que não pertencia aquele espaço mas por algum motivo permanecia ali sentado e ansioso. Balançava as pernas como se fosse importante para se acalmar, olhava insistentemente para o celular e parecia que a hora, para ele, não passava.
Presenciei uma bela cena!
Podem dizer que é brega, sem criatividade, mas eu adorei. Talvez a namorada dele tenha apenas percebido a cena final e imediata do acontecido, mas o que eu mais gostei foi ter tido a oportunidade de observar o processo de ansiedade e, por que não dizer, foi isso o que mais me encantou.
Eu, sentada em frente à ele, porém com uma certa distância apenas observava a cena. Algo muito particular me fez compreender um pouco mais do por quê do nervosismo dele. Ao seu lado estava lá, cuidadosamente descansado, um buquê. Uma combinação perfeitamente harmoniosa, entre rosas vermelhas e alguma folhagem verde. Lindamente intercaladas. Nada da exuberância exagerada que exigimos para que as pessoas possam fazer uma cena em um ambiente público. E foi exatamente a delicadeza desse gesto que me encantou.
O tempo que ficamos lá. Eu apenas lanchando e ele nos seus intermináveis cinco minutos foram suficiente para perceber e porque não, me atentar que, o romantismo resistiu às normas da automaticidade.
Ele não parecia querer plateia para admirar o seu feito já que o mesmo estava no canto mais escondido e meia luz da praça. Apenas queria proporcionar um momento para dizer que o outro é importante.
Mas ela nem pôde perceber o tanto de superação aquele rapaz estava passando naquele momento. Hoje talvez com o romantismo um tanto quanto distorcido, um rapaz com um buquê esperando uma pessoa tornou-se, no mínimo, intrigante. Pensamos logo que ele fez alguma coisa muito errada e está com aquele buquê como forma de pedir desculpas. Confesso que por alguns segundos também pensei assim.
Infelizmente não dava mais para continuar observando, meu tempo cessou. Mas quando eu estava me preparando para ir e ele mais uma vez olhava o celular... Observo que imediatamente ele abre um sorriso e direcionando o meu olhar em direção do seu foco percebo o porque do sorriso solto.
Era ela!
E, imediatamente, ele pega o buquê!
E realmente, ela não esperava.
Congelou por alguns segundos e logo o acolheu em seus braços. E nesse momento pude observar que era apenas uma cena de uma pessoa romântica já que ela não demostrava nenhuma irritação motivada pela  atitude ou pelo presente que ele oferecia. Pelo contrário! teria passado despercebida essa cena se ela não gritasse para o restante do grupo que, estava do lado oposto para que os mesmos, para que vissem o que ela tinha recebido.
E com essa cena todos que estavam na praça olharam para ela. E o melhor foi perceber o sorriso estampado no rosto das pessoas, independente da idade ou sexo, que estavam na praça. Esse rapaz com esse singelo gesto fez aflorar o romantismo em todos que ali estavam durante um belo fim de tarde no Rio de Janeiro.
Abraços,
Juliana Nascimento.

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