quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O crack e o Fundão

Observação da semana: 
O prefeito Eduardo Paes e suas políticas higienistas da cidade ainda me surpreende. Ultimamente o foco das operações dele tem sido a Avenida Brasil, próximo da entrada da Ilha do Governador.Assim esse e seus comparsas pensam ser suficiente colocar um cercado perto do viaduto para esconder os viciados em crack  e que esses automaticamente se recolheriam para dentro das comunidades e assim visivelmente estaria resolvido o problema. Mas o que eles deduziam que aconteceria ( entrada para as comunidades próximas) não está acontecendo. E não precisava ser muito perspicaz para deduzir que cada vez mais eles se aproximariam da "intocável" Ilha do Fundão... E mais uma vez a universidade se esconde no seu mundo paralelo e muito belo onde não cabe esse tipo de discussão. Com tantas empresas internacionais já instaladas e outras tantas querendo se instalar nesse espaço me parece inadmissível ainda hoje, estarmos com os olhos vendados para a realidade que está do nosso lado. Depois de alguns dias circulando intensamente por esse espaço e já percebendo essa nova particularidade desse ambiente, vejo nada de diferente sendo realizado. Afinal os funcionários dessas empresas tem ônibus exclusivos, usam seus próprios meios de transporte... engraçado como as pessoas não percebem que no micro de sua reflexão vai ficar parada em algumas dessas vias de saída desse local. Mas quem se importa não é mesmo? Pois bem, acabo de ler uma postagem no FACEBOOK de um assalto na passarela da Linha Vermelha onde a pessoa descreve a assaltante como negra, magra, cabelo curto... 
Não seria o retrato do crack? 
Mas continua o relato como se fosse algo da segurança pública. E ainda ressalta que todos devem fazer sua parte indo na delegacia!! Será que relatar um assalto é suficiente para mudar essa situação? Enquanto pensarmos que o crack ou qualquer outra droga é apenas caso de Segurança Pública e principalmente, o que mais me inquietou foi um comentário onde o indivíduo diz para bater nessa pessoa e o mais espantoso  vários curtindo isso...  ler que pessoas entendem que bater nessa pessoa é suficiente para resolver o problema me coloca em questão quem é essa população dita culta da sociedade?  manifestações de repressão ao indivíduo em nada muda! Me surge algumas perguntas: mataremos quantos de tanto bater? quantos mais jovens, negros e de camadas populares precisarão morrer? tenso, não?! 

Abraços,
JN

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